sexta-feira, 5 de setembro de 2008

lembra manhã

Você lembra daquela noite quase de manhã, eu te levei ao topo daquela arvore majestosa e te mostrei o dia nascendo, despertando lentamente. Quem é? Quem é? Duvido? Tá , mas ouvimos cantos xamâs durante a noite na voz de uma sábia anciã cantante e ouvimos e vimos todas as estações num vôo rasante sobre o século dezoito para uma pista de pouso clandestina (podia-mos ser abatidos) mas ao invés de ouvir o rádio que nos pedia identificação, ouvimos Vivaldi enquanto te mostrava o dia como estava lindo e alguém perguntava incessantemente: Quem é? Quem é? Pousamos então no sétimo monte onde era primavera na época do ano e fizemos exames e te enfiaram num túnel e esquadrinharam sua medula e era tudo preto, e você e eu nos resumia-mos a tristes vampiros na terra como um outro imortal qualquer. e descobrimos que não precisávamos de aviões ou tecnologias. que podíamos voar e experimentar não só a primavera mas todas as outras estações pois como já foi citado o tempo também não era barreira e subliminarmente Vivaldi falava de como você deve agradecer por tudo, e naquela manhã você estava comigo no topo da vila cósmica olhando o céu ouvindo os pássaros e galos e sentindo o vento e naquele momento éramos sábios, parafraseando um anjo que me soprou no ouvido como uma melodia e agradecemos porque nos sentíamos gratos pela noite anterior quando salvamos nossas almas do vício do egoísmo e só não deitamos no divã da lua porque já era dia, apesar de ainda não ter sentido o calor dos raios do sol um pouco sufocados por algumas nuvens da aurora ou aquele monte que combinamos naquela hora que subiríamos um dia para simplesmente descobrir o que havia por traz dele, se de lá poderíamos ver o Japão.
Sim, naquela hora fizemos aquela antiga oração, mas antiga que a nossa própria existência:
_Que sempre, sempre sejamos sábios como crianças e ingênuos como os velhos.

E éramos...crianças e sábios...no topo daquela árvore quando os raios do sol finalmente alcançaram nosso corpo, enquanto o mundo dormia.

Um comentário:

Fabrissa Valverde disse...

Ternura de gente miúda nas mãos de um gigante fofo...

Adorei te ler com um tantão de letra!
Lindinho demais!
Beijos.